Bem-vindos à sala de estar de “Brimas”

Sabra+ Teatro

No primeiro instante, ao sentar na plateia do Teatro J. Safra e olhar para o palco de cortinas já abertas revelando o cenário da peça, a sensação foi de simplicidade.

Com a entrada das duas atrizes pelo meio da plateia, servindo quibes fritos, até sua chegada ao proscênio, a sensação foi de estranhamento e desconfiança, que se estende até os minutos iniciais.

Esta sensação de pulga atrás da orelha vai sendo desmistificada diálogo, após diálogo, momento por momento, até você se perceber completamente envolvido com as histórias das duas protagonistas, Beth Zalcman e Simone Kalil.

Elas dão vida a duas imigrantes vindas, uma do Egito e outra do Líbano, e contam seus relatos, suas memórias e experiências de vida num país que não é o seu.

Durante determinado momento da peça, em que a emoção e comédia se unem, em que a lágrima escorre do olho simultaneamente com a gargalhada involuntária, tive uma catarse de riso. Algo dito por elas virou uma chave em mim e me tocou de uma forma que não contive o riso e por minutos ria sem parar a ponto das duas atrizes, fofas, esperarem eu me acalmar para darem continuidade ao espetáculo.

É como se você estivesse sido acolhido na sala de estar da casa de suas próprias “Brimas”, para conhecer um pouco da fascinante história, de luta, coragem e força de cada uma delas, ou de milhares e milhares de estrangeiros que vivem no nosso país.

Indicada ao prêmio Shell de Melhor Texto, a peça fica em cartaz até 11 de setembro e merece ser reverenciada.

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