Em uma estrutura surpreendente – instalada no aterro da Praia de Iracema no coração de Fortaleza – o DFB Festival comemora 20 anos, totalizando 664 desfiles e mais de 19900 looks desfilados ao longo desse tempo. Nesta edição, o evento tem 27 mil metros quadrados de área com cinco tendas, 3800 metros de varanda, que abrigam duas salas de desfile, lounges, lojas, palco para show e sala de imprensa e convidados, montados sobre a areia, além de uma passarela ao ar livre, em uma estrutura digna de primeiro mundo. “Aqui temos a oportunidade de mostrar de forma muito clara como que se une cultura, arte e economia e por isso o evento veio para a Praia de Iracema que é um lugar marcante da nossa cidade, um local icônico para todos nós”, declarou Élcio Batista, Secretário de Gabinete do Governo do Estado do Ceará.
Com exceção dos desfiles que precisam de convite – e que podem ser retirados no concierge com algumas horas de antecendência – praticamente todo o evento é aberto ao público. Enquanto bandas e DJs se dividem em dois palcos, ainda acontecem apresentações de dança e outros shows, em um programação multicultural e também gastronômica , com a presença de importantes restaurantes da cidade.
Desfiles
A marca Parko de moda masculina abriu o evento desfilando na passarela montada a céu aberto, sobre a areia, com o mar de pano de fundo. Lindo. Seu lifestyle tipicamente cearense, foi bem representado por bermudas e camisas no mais puro estilo surf, equilibradas com parkas, calças e até túnicas mais rústicas, em tecidos naturais e acabamentos desfiados. Destaque para a diversidade que promete invadir a praia do DFB e que no desfile da Parko veio representado por modelos mais “maduros” e dos afro-americanos e seus dreads.
Na seqüencia foi a vez de Vitor Cunha com sua moda masculina autoral composta por peças do universo do homem marcadas por detalhes em macramê, cordas em nós, crochê de barbante entre outros toques artesanais. Os tons vivos de laranja, verde, azul e os degradês foram suavizados pela pureza do branco. Destaque para as referências de orixás, com cortinas de barbantes que cobriam os rostos.
Depois foi a vez de Caio Nascimento, apresentar um jeanswear com toque de manifesto contra a violência que atinge principalmente o universo LGBT. Em suas peças, inscrições, pintadas a mão pediam por paz, amor e tesão, enquanto mordaças nas bocas representavam aqueles que são silenciados.
Almerinda Maria trouxe suas românticas peças em rendas novamente para a passarela do evento. Desta vez, o branco – uma de suas cores favoritas – abriu espaço para tons mais vibrantes como o laranja e o mostarda.
Novidade desta edição foi a estreia da marca Homem do Sapato, que desfilou seus acessórios masculinos – que além de calçados tem também bolsas e até bermudas em couro. Com modelos sofisticados, a marca tem tanto uma linha mais social – com destaque para os sapatos de bico fino e os de treco de couro – quanto uma linha mais casual com botas e até tênis.
A poesia invadiu a passarela no desfile de Gisela Franck. Usando apenas tecidos naturais – linho e organza principalmente – looks monocromáticos em um tom de marrom desbotado e branco, a estilista conseguiu apresentar uma coleção emocionante e romântica. Volumes, babados, comprimentos principalmente em vestidos e saias, transformaram as modelos em seres elementais, verdadeiras fadas. Para combinar com os looks campestres, a trilha sonora tinha pássaros cantando, o som do mar, da natureza enquanto a passarela foi enfeitada com folhas de lavanda e o cheiro contagiou a platéia.
Encerrando a primeira noite em grande estilo, Água de Coco apresentou uma coleção de moda praia de cair o queixo. Intitulada Praia-Sertão, a coleção homenageou a cultura nordestina, tendo até mesmo xilogravuras como estampas. Por sinal as peças estampadas sempre foram destaque para a marca, mas os looks em lurex bronze, da série Sparkles, merecem destaque por terem sido criadas para brilharem tanto na praia como na noite.
