Resgates, couro e atitude no SPFW

O desfile de A La Garçonne foi o primeiro da segunda-feira. Para quem não sabe, o SPFW teve que deixar o prédio da Bienal de São Paulo por causa de ajustes de data e por isso está acontecendo em uma tenda instalada no Parque do Ibiraquera.

Muitos estilistas porém estão optando por externos, como são chamados os desfiles que acontecem fora do local oficial. Por isso Alexandre Herchcovitch – que hoje cria a A La Garçonne ao lado do companheiro (de vida e de trabalho) Fabio Souza – apresentou uma coleção extensa, de 62 looks, no MASP. Embora longa, foi gostoso ver que ele resgatou muito de seu estilo de muito tempo atrás. Veio livre, com suas referências. Teve anos 80, fetiche, rendas, estampas divertidas e formas mais amplas e soltas. Enfatizou o sentido do termo trans – tema deste SPFW – levando para sua passarela a modelo cearense transgênero, Valentina.

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Na sequência, Reinaldo Lourenço reuniu os fashionistas para apresentar sua coleção no Shopping Iguatemi. Disse ele que sua inspiração vem da Suécia e claro que esse toque nórdico combina super com sua alfaiataria. Resultado: mulheres elegantes e poderosas. Se for para eleger detalhes marcantes apostaria nas mangas amplas meio bufantes e no preto fetichista que já é uma marca do estilista. O ar campestre das estampas garantiu um charme até meio rústico e o vestido feito de fitas é simplesmente lindo.

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Depois, no Parque do Ibiraquera, na única sala de desfiles desta temporada, Patricia Viera apresentou em seu couro aplicações em paetês, corte laser para formar uma renda e um pontuado metálico criado com rebites. Sim, ela domina como poucos a arte de manipular uma matéria-prima tão complexa quanto o couro. Inclusive em cores. Azul claro, tijolo, mostarda, grafite, gelo… ela não tem limite.

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Encerrando a primeira noite, uma estréia inusitada: a marca LAB dos irmãos Emicida e Evandro Fióti. Batizada Yasuke, a coleção apresentou o melhor do streetwear, pontuado pela atitude hip hop. Quem comanda a criação é o estilista João Pimenta, que tem todo o meu respeito. Suas referências são tão amplas que ele consegue transitar da alfaiataria ao street style, e o melhor, consegue fundir os dois universos em um só como fez no desfile do LAB.

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Mais do que moda, a marca fez discurso, representando com seu casting seus próprios consumidores. Modelos negros, black power, e até plus size desfilaram o empoderamento da nova juventude. Bem bonito de se ver.

Fotos Agência Fotosite

Rozze Angel

Jornalista que escreve sobre suas paixões - viagens, beleza, moda e bem-estar - compartilhando experiências para incentivar seus seguidores a aproveitarem a vida ao máximo ♥ Veja mais no meu Instagram @ROZZEANGEL

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