Fora da onda do See Now Buy Now, a Iódice apresentou uma coleção de Inverno, inspirada pelos temperos da Índia e pelo apelo punk. O resultado foram peças que misturavam os volumes de saris indianos aos metais circulares como ilhoses entre outras aplicações. O clima a la Bollywood chega inclusive à cartela de cores, com tons inspiradores como marsala e amarelo curry. Charmosa era a bolsa sling de tecido que aparecia transversal o corpo, no mesmo tecido dos looks e as sobreposições, como a da saia sobre calça. Nesta estação, a marca aparece menos rocker e mais folk e as peças da coleção poderão ser encomendadas para entrega antecipada, direto às consumidoras.
O destino-desejo Ilha das Maldivas foi a inspiração para o desfile da Água de Coco por Liana Thomaz. Bem no clima tropical, sua coleção ficou focada na estamparia, com desenhos de flora e fauna. Florestas, plantas, flores, tudo em tamanho grande, adornavam tanto maios e biquínis, quanto as saídas de praia. Interessantes as peças construídas com um tipo de elástico e lindas as hot pants. No casting, as belezas ícones de Isabeli Fontana e Marlon Teixeira.
Na sequência, o Teatro São Pedro foi o cenário para uma coleção igualmente cênica: “El Dia que me Quieras”, por Ronaldo Fraga. Contou o estilista, na locução que precedeu o desfile, que o tema é na verdade o nome da loja que Ney Galvão, outro estilista, tinha no Sul da Bahia onde vendia roupas para mulheres, transformistas, travestis e outras clientes “diferentes”. Essa foi sua inspiração para uma coleção trans. Trans também foram suas modelos, como as belíssimas Valentina e Carol Marra. Todas desfilaram vestidos que resgatavam o estilo vintage dos anos 20, 30 e 40, em clima de cabaré. Rendas, babados, laços, reais ou estampados digitalmente, garantiam uma feminilidade ímpar. Foi emocionante.
De volta ao Parque do Ibirapuera, Vitorino Campos também apresentou uma coleção que transitava entre o feminino e o masculino. Homens de transparência e mulheres de jaquetas pesadas, contestavam o gênero de cada look. A coleção teve, ao mesmo tempo, um apelo streetwear bem forte – com muito xadrez – e a alfaiataria – com uns trenchcoats maravilhosos. Nos detalhes, um dos mais bacanas, foi a aplicação de ilhoses em diferentes tamanhos que formavam um desenho nas calças e deixava um pouco da pele exposta.
Depois foi a vez de Amir Slama – que regressa agora com a marca que leva seu nome – sacudir o evento. Teve até mesmo Claudia Raia na platéia que estava lo-ta-da. Foi incrível ver que o estilista voltou a fazer o que sempre fez de melhor: moda praia conceitual. E bota conceito nisso! Inspirado pelo universo da lingerie, seus maios e biquínis tinham até mesmo barbatana de sustentação. Muito tule, transparências, paetês e cintas-ligas invadiram a passarela. Super fetichista, a coleção foi marcada pelo total look preto e total look branco, quebrado apenas pelo animal print em rosa, laranja e lilás. E vamos combinar que o maiô em paetês dourados ficou um luxo só.
Quem fechou a noite foi Osklen com uma coleção criada para se usar enquanto se vê o sol se por. Formas minimalistas, mais retas, em cores lisas convidavam ao relaxamento da alma. Roupas feitas para se usar quando se está de bem com a vida. Puro conceito mesmo… é o lifestyle da marca apresentando um novo comportamento. Tinha um toque Oriental, estilo catador de arroz com samurai também. E estampas e cartela de cores se destacaram, principalmente a de folhagens verdes sobre fundo branco e verde Esmeralda. Peças que vamos querer ter: o macacão masculino, o maiô com recortes assimétricos e um cinto que transforma uma simples blusa em peplum.
Fotos: Roberta Sá e Agência Fotosite